O Coletivo Castanheira é uma organização feminista, ambientalista, não governamental, aglutinadora de jovens mulheres da cidade de Porto Velho, provendo o desenvolvimento humano integrado e sustentável, buscando a justiça social e a equidade de gênero através da articulação, difusão de informação, educação popular, e pesquisa-ação.



quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

É obvio: o machismo também oprime homens.

Imagem do Fan Page do Não aguento quando.


Ontem ao deparar com a imagem (ao lado) postada pela fan page “Não aguento quando” no Facebook que diz “ Não aguento quando não percebem como o machismo é prejudicial aos próprios homens” aguçou um debate que pretendemos enquanto Coletivo Castanheira pauta e articular em Porto Velho: a  opressão machista que recai sobre homens que não se encaixam em um perfil heteronormativo, hegemônico, dominador, e Viril.
Na construção social dos papéis sexuais imposto por um modelo patriarcal, violento e autoritário estabelecido em nossa sociedade que atribui ao homem o modelo ideal de macho que valoriza seu lado machão, preconceituoso, poderoso e provedor do lar, enquanto atribui impõe ao feminino um modelo de mulher conservadora, frágil, cuidadora, submissa e amável
Ao tentar ou sair desse modelo, tanto homens como mulheres passam quase instantaneamente por um processo de estigmatização. As mulheres são estigmatizadas por diversos motivos, desde suas escolhas pessoais ao seu comportamento, simplesmente porque fogem e questionam esse padrão machista imposto sobre a o feminino.
Não é diferente com homens que também buscam sair desse padrão machista  masculino, já que a maioria dos homens que escolhem profissões, demonstram sentimentos e utilizam padrões vistos como pertencentes ao “universo feminino”, independentes de sua identidade sexual são rotulados como frutinhas, frouxos, boiolas e etc.
Segundo o Marcelo Caetano em uma publicado no site das Blogueiras Feministas A opressão machista não recai apenas sobre as mulheres, mas entendo que recaia de uma outra forma e, provavelmente, de forma mais violenta. Não só quanto à violência simbólica, mas também a violência física”
Vivemos em uma sociedade que um homem não pode chorar porque é frouxo, não pode ser bailarino porque é viado, não pode usar roupas coloridas e justas se não estiverem na moda, usar cremes no rosto e na pele então é coisa de mulherzinha e ser for cabeleireiros, maquiadores, estilistas ou costureiros só podem ser gays, esse esteriótipos e preconceitos são perversos, traumatizantes e infelizmente estão impregnados em nosso cotidiano e pior estão sendo repassados para as futuras gerações como algo natural.
Outro bom exemplo de como o machismo oprime os homens, e a questão da saúde do homem, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) embora a expectativa de vida dos homens tenha aumentado de 63,20 para 68,92 anos de 1991 para 2007, ela ainda está 7,6 anos abaixo da média das mulheres, além disso, segundo relatórios da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem concluem que a cada três mortes de pessoas adultas, duas são de homens. A cada cinco pessoas que morrem entre 20 e 30 anos, quatro são homens.
Esses dados retratam a seguinte situação: o homem não cuida da sua própria saúde e sabe por quê? Porque o homem não é estimulado a cuida da saúde e só vai ao médico quando está doente o que reflete que cuidar da saúde para homem significa reconhecer sua fragilidade o que é conflitante com a imagem de virilidade e força imposta e valorizada na sociedade machista.
E claro que alguns estigmas que oprimem tanto homens como mulheres já foram superados em alguns localidades do País, mas há muito ainda para ser superado e com intuito de colaborar com essa superação o Coletivo Castanheira pretende promover ao longo do ano de de 2013 debates para tratar dessas e de outras questões que envolvem o machismo, as relações de gênero, opressão, educação e violência.
Aproveitamos para agradecer e parabenizar nossos companheiros e membros do Coletivo Castanheira Hercílio Santana , Cley Medeiros e Samuel Muniz que estão colaborando em nossos debates internos sobre feminismo e relações de gênero, nas articulações e despertando nossa sensibilidade para bandeiras comuns entre homens e mulheres. Agradecemos também aos administradores do Fan Page Não aguento quando que cederam gentilmente sua imagem que completa essa publicação.

Dicas!

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Leia o texto: Homem feminista: ser ou não ser? de Marcelo Caetano

                                                                                                                                      Texto: Simone Mestre

Um comentário:

  1. Muito legal vocês trazerem a questão da mortalidade dos homens jovens e a relação que ela tem com a construção social machista do que é ser homem! Parabéns pelo blog!

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